Campanhas de segurança que não mudam cultura

Quando desenvolvemos uma ação educativa com o foco em sensibilizar as pessoas sobre a importância dos membros do nosso corpo e da nossa família, soa como se estivéssemos partindo do princípio de que os comportamentos de risco ocorrem porque a pessoa não valoriza seu corpo ou sua família. Mas será que é por isso que as pessoas se arriscam?

Nessa jornada de consultoria é muito comum ouvir a frustração de pessoas que investiram tempo e energia desenvolvendo campanhas e programas de segurança, na melhor das intenções, mas que que não geram os resultados esperados ou eles acontecem por um curto espaço de tempo.

O que observamos na realidade é que as pessoas não se arriscam pensando que de fato vão se acidentar, mas por diversos outros motivos como: análise inadequada dos riscos e das medidas de controle; planejamento inadequado; falta de conhecimento; pressão por resultados; falha de comunicação. Dentre outros inúmeros fatores. As vezes se expõem ao risco justamente por pensar na família e imaginar que entregar a tarefa a qualquer custo contribuirá para permanecer no emprego.

Todo aprendizado é potencializado quando exerce um impacto emocional no indivíduo, mas sem uma atuação direta no contexto de trabalho que influencia as tomadas de decisões, o impacto ocorre somente no clima organizacional, com resultados por um curto espaço de tempo, mas sem uma mudança efetiva na cultura de segurança.

Se o objetivo da ação for impactar na cultura de segurança, sugiro considerar 3 fatores:

1)     Há uma avaliação da cultura de segurança? qual é a maturidade organizacional?
2)     Quais são os gatilhos do ambiente (social, físico, psicológico, cognitivo) que estimulam os comportamentos de risco?
3)     Há suporte genuíno das lideranças para resolver os problemas em segurança?

Considerar as emoções das pessoas é um ótimo ponto, de fato. Contudo, ao elaborar uma ação educativa com foco em mudança de comportamento, tenha em mente que precisamos entender e mudar o ambiente social, psicológico e físico em que ela se encontra.  

Precisamos identificar quais são os conflitos de prioridades, de falta de recursos, de pressão de tempo e custo que influenciam as tomadas de decisões das pessoas. Tratar esses conflitos é o que trará bons resultados à cultura de segurança da sua organização.

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